Itamaraty denuncia ‘tratamento degradante’ a brasileiros deportados e exige respostas de Trump: Entenda o caso.

NOTÍCIAS

1/26/2025

Itamaraty denuncia ‘tratamento degradante’ a brasileiros deportados e exige respostas de Trump: Entenda o caso.
Itamaraty denuncia ‘tratamento degradante’ a brasileiros deportados e exige respostas de Trump: Entenda o caso.

O governo brasileiro está em pé de guerra com os Estados Unidos após um voo de deportação trazer 88 cidadãos nacionais algemados, acorrentados e submetidos a condições desumanas. O caso, classificado pelo Itamaraty como “tratamento degradante”, já virou um dos principais temas da agenda diplomática desta semana. Vamos entender o que aconteceu e por que o Brasil está exigindo explicações do governo Trump.
Por Rapidão News, 26 de janeiro de 2025

O voo que virou um pesadelo

Na sexta-feira (24), um avião fretado pelas autoridades norte-americanas partiu dos EUA rumo ao Brasil com 158 passageiros deportados, sendo 88 brasileiros. O destino inicial era Belo Horizonte, mas problemas técnicos — incluindo falhas no ar-condicionado — forçaram um pouso de emergência em Manaus. Foi aí que a situação ficou crítica: os deportados desembarcaram algemados, com correntes nos pés, sem acesso a água ou banheiro, e alguns até desmaiaram devido ao calor.

Testemunhas relataram abusos físicos e psicológicos por parte dos agentes de imigração dos EUA. “Amarravam nossas mãos e pés, não nos deixavam ir ao banheiro. Parecia que estávamos sendo tratados como criminosos”, contou Edgar Moura, um dos deportados, à imprensa.

A reação do Brasil: Lula ordena resgate e Itamaraty cobra respostas

Assim que a Polícia Federal (PF) flagrou a situação em Manaus, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, alertou o presidente Lula, que ordenou a retirada imediata das algemas e o envio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os deportados com dignidade até Confins.

O Itamaraty não perdeu tempo: o chanceler Mauro Vieira reuniu-se com autoridades locais no Amazonas para coletar relatos detalhados e preparar um pedido formal de explicações ao governo Trump. “Não aceitamos que nossos cidadãos sejam humilhados, mesmo em processos de deportação”, declarou Vieira.

Trump, deportações em massa e a polêmica

O episódio ocorre logo após a posse de Donald Trump para seu segundo mandato, marcado por promessas de tolerância zero contra imigrantes ilegais. Desde o dia 20 de janeiro, o presidente norte-americano decretou emergência na fronteira com o México e intensificou as deportações.

Porém, o Itamaraty ressaltou que este voo específico não está ligado às novas políticas de Trump, mas sim a um acordo bilateral de deportação firmado em 2017. Outros voos similares ocorreram em janeiro, ainda sob o governo Biden. A diferença, desta vez, foi o tratamento desumano — algo que o Brasil considera inaceitável.

O que dizem os deportados?

Os relatos são chocantes:

  • Jefferson Maia, detido por dois meses nos EUA, disse ter ficado 50 horas algemado e foi agredido ao questionar as condições do voo: “Nem cachorro merece isso”.

  • Luis Santos, de 21 anos, descreveu o calor insuportável e passageiros com problemas respiratórios durante o voo sem ar-condicionado.

  • Carlos Vinicius afirmou que agentes ameaçaram “derrubar o avião” se houvesse rebelião.

E agora? O que esperar dessa crise diplomática

O Brasil já iniciou o processo para exigir reparações e garantir que casos assim não se repitam. Enquanto isso, a Embaixada dos EUA limitou-se a dizer que os deportados estão “sob custódia das autoridades brasileiras”.

Para o governo Lula, o caso é uma questão de soberania e direitos humanos. “A dignidade da pessoa humana é inegociável”, destacou Lewandowski em nota oficial. Já nas redes sociais, a Advocacia-Geral da União (AGU) elogiou a ação da PF e afirmou que as algemas feriam a Constituição brasileira.

Conclusão: Um debate que vai além das fronteiras

Esse episódio reacende discussões globais sobre imigração e direitos humanos. Enquanto Trump defende medidas duras, o Brasil reforça seu compromisso com a proteção de cidadãos, mesmo em situações delicadas como deportações.

Fique de olho: as explicações dos EUA — ou a falta delas — podem definir o tom das relações bilaterais nos próximos meses. E, para os deportados, a prioridade agora é reconstruir a vida longe dos traumas que viveram.

Gostou do conteúdo? Compartilhe e comente sua opinião!
Fontes: Tribuna do Sertão, G1, The Economic Times, Folha de S.Paulo.

Outras Histórias